figo pingo de mel e roxo de valinhos |
A figueira é uma árvore frutífera, monóica e decídua, originária do Oriente Médio. De porte pequeno a médio, as figueiras crescem de 6 a 10 metros de altura, mas geralmente não ultrapassam os 8 metros. A planta é bem ramificada, com ramos frágeis e seiva leitosa. As folhas são verdes, caducas no inverno, com textura papirácea, nervuras bem marcadas e profundamente lobadas, com três a cinco lobos. As flores da figueira não são visíveis pois se encontram dentro do figo, que é uma infrutescência e não uma fruta. Sicônio é o tipo de pseudofruto ao qual pertencem os figos. O pequeno orifício visto na base do figo é uma passagem estreita para os polinizadores. As flores são polinizadas devido a uma simbiose com um tipo muito específico de vespa-do-figo. Em troca da polinização os figos fornecem alimento e abrigo para todas as fases de vida da vespa, em uma complexa relação. Se a polinização ocorrer serão produzidas sementes. As plantas masculinas produzem figos não comestíveis, denominados caprifigos. A grande maioria das variedades cultivadas no Brasil não necessita de polinização, assim como de plantas macho, para produzir os figos comestíveis. Os figos podem ser verdes, pretos, roxos, amarelos, vermelhos, marrons e esbranquiçados, de acordo com a variedade.
A figueira é uma árvore fácil de cultivar no pomar doméstico. Ela provê uma quantidade enorme de figos que podem ser consumidos maduros, in natura, ou mesmo verdes, em preparos diversos. Os figos verdes se prestam para geléias, doces em calda, figadas, figos desidratados tipo rami, cristalizados, licores, etc. Os maduros entram crus ou cozidos em pratos doces ou salgados, como saladas, assados e sobremesas refrescantes. De forma bem planejada, é possível aproveitar as delicias do figo o ano todo. Além dos figos, a figueira adulta provê uma agradável sombra, gostosa de curtir em chácaras, amplos jardins e parques. Assim como outras árvores do gênero Ficus, a figueira-comum possui raízes agressivas nos exemplares adultos. Desta forma não é indicado seu plantio próximo à construções, tubulações enterradas e áreas pavimentadas. Os figos maduros também são muito atrativos para os passarinhos.
As podas são parte importante da manutenção e formação da figueira. As podas de formação iniciam-se já no primeiro ano após o plantio, assim que a planta atinge 50 cm de altura. Os despontes sucessivos a cada ano preparam a copa da árvore para que sejam baixa, arejada e bem distribuída. Para uma boa produção e facilitar a colheita, além de prevenir a planta de uma série de doenças e pragas, é recomendável também a poda anual da planta adulta. Esta poda é drástica e visa eliminar os ramos que produziram no ultimo ano, além de ramos secos, fracos e doentes. A poda anual deve ser realizada no final do inverno, antes da planta emitir suas brotações. O aspecto final da planta podada deve ser sem folhas. Após as podas, é importante utilizar uma pasta cicatrizante ou pasta bordalesa sobre os ferimentos.
Deve ser cultivado sob sol pleno, em solos bem drenados, profundos, enriquecidos com matéria orgânica e irrigados no pós-plantio e períodos de estiagem. A figueira é PROPAGAÇÃO DA FIGUEIRA
A estaquia é o principal método utilizado para a produção de mudas de figueira, embora também possam ser empregados outros métodos. As estacas podem ser enraizadas previamente em viveiros ou plantadas diretamente no campo, sendo esta última forma a mais utilizada. O plantio diretamente no campo embora ainda seja o método mais utilizado, apresenta como inconveniente baixo índice de pegamento, que é também bastante desuniforme de um ano para o outro. Este método permite o uso do material retirado pela poda, preparando-se as estacas com comprimento de aproximadamente 30 a 40 cm e com 1,5 a 3,0 cm de diâmetro, o que permite a formação de mudas vigorosas. O plantio da estaca na cova é feito no sentido vertical, deixando-se 1 a 2 gemas acima do nível do solo, realizando após, uma amontoa que a cobrirá totalmente com terra solta.
Podas:
PODA DE FORMAÇÃO
A poda engloba todos os tipos de intervenções que são efetuadas na planta, com o propósito de condicioná-la para uma produtividade rápida, elevada e mais constante ao longo dos anos. Nos primeiros 3 anos após o plantio, busca-se formar uma estrutura adequada para inserção dos ramos produtivos. A esta técnica, denomina-se “poda de formação”. Porém, mesmo durante este período inicial, a figueira já produz, de modo que torna-se difícil distinguir a poda de formação da de frutificação.
No início da brotação, deve-se selecionar o melhor broto, através de desbrotas das demais brotações quando atingirem 5 a 10 cm de comprimento. A muda será então conduzida em haste única, até atingir 40 a 50 cm de comprimento, sendo então despontada ainda no verão, ou mais tardar no inverno seguinte (julho/agosto) por ocasião da poda.
Despontando a haste principal da estaca (40 a 50 cm de altura), surgirão brotações laterais que constituirão a base ou esqueleto da planta. Esses brotos, ao atingirem cerca de 5 a 10 cm de comprimento, serão selecionados, permanecendo apenas três ramos, bem localizados, vigorosos e distribuídos, formando entre si um ângulo de 120°. Deste modo, no próximo inverno se terá a base da planta, formada pelo ramo principal com três brotos, que a partir de agora serão denominados pernadas.
A primeira poda de inverno, um ano após o plantio, consistirá no corte dos três ramos, ou pernadas, a 10 cm de seu ponto de inserção no tronco. Ao iniciar-se a brotação nas pernadas, é feita uma desbrota permanecendo apenas dois brotos bem localizados e distribuídos em cada uma das pernadas. Nesta fase, a planta terá no total seis ramos crescendo, continuando as desbrotadas das possíveis brotações que surgirem. No período de inverno (julho/agosto) do próximo ano, estes seis ramos devem ser podados a 5 cm cada, ficando uma estrutura formada por uma haste principal e três pernadas, dotadas de duas hastes cada, constituindo assim a base da planta (Figura 3).
PODA DE CONDUÇÃO OU FRUTIFICAÇÃO
A figueira é uma árvore caducifólia bastante ramificada, podendo atingir até 10 metros de altura, mas que raramente ultrapassa 3 metros, devido ao sistema de sucessivas podas drásticas realizadas no período de inverno (julho/agosto). Em geral, a vida útil produtiva está em torno de 30 anos variando conforme o manejo dado à planta.
Para obtenção de um pomar produtivo, o fruticultor deverá executar adequadamente diversas práticas culturais.
A poda pode ser executada durante o inverno (poda hibernal ou em seco) e durante o período de crescimento vegetativo (poda em verde). A poda hibernal é mais comumente utilizada na cultura da figueira, sendo realizada no final do inverno, próximo à época da brotação. Como a figueira produz em ramos do ano, ou seja, a produção ocorre nos ramos novos emitidos no mesmo ciclo em que produzem, a principal particularidade da poda desta espécie é a realização de poda drástica nos ramos emitidos no ciclo anterior, que ficam com 5 a 10 cm de comprimento.
Há dois sistemas de poda: o sistema tradicional e o sistema com desponte.
a) Sistema tradicional ou convencionalApós a formação da estrutura principal da planta (esqueleto), anualmente deve ser realizada a poda de frutificação, quando as plantas estiverem em repouso. Esta operação consiste na retirada dos ramos que já frutificaram. Os ramos são podados drasticamente 5 a 10 cm, deixando-se apenas a estrutura inicial da planta. Posteriormente, após a brotação, são escolhidos 1 a 2 brotos em boa posição por galho podado, de modo que os ramos cresçam verticalmente, formando um círculo à volta do tronco. Os demais brotos que aparecem são totalmente eliminados. A maioria das espécies de figueira tolera bem a poda drástica, a qual também tem benefícios no controle da broca-de-figueira.
Com o objetivo de acelerar ou retardar a época da colheita, a poda pode ser feita de maio a novembro, respectivamente, conforme as condições climáticas e o desenvolvimento da planta. A planta podada nestes períodos poderá ter sua atividade afetada, porém havendo vantagens econômicas. Dependendo das condições climáticas e tratos, a colheita tem início cerca de 4 a 5 meses após a poda de frutificação.
b) Sistema com desponte
Uma variante do sistema de poda de frutificação é o sistema com desponte. Esta prática vem sendo utilizada comumente por produtores de Minas Gerais para a produção de figos verdes destinados a indústria. Embora faltem algumas informações sobre o efeito destes despontes na qualidade dos frutos e crescimento da planta, os resultados têm sido promissores.
O sistema de desponte consiste em efetuar primeiramente a poda drástica normal no final do período de inverno, deixando-se apenas a estrutura inicial da planta, que neste caso, é formada apenas pela haste única (40 a 60 cm) e as três pernadas (5 a 10 cm). São escolhidos 1 a 2 brotos em boa posição por galho podado, de modo que os ramos cresçam verticalmente, as quais são despontados quando atingirem oito pares de folhas (16 folhas). Este desponte estimula a brotação das gemas apicais do ramo despontado, de modo que são emitidos, após as desbrotas, outros dois ramos. Estes novos ramos serão despontados quando atingirem 3 pares de folhas (6 folhas). Esta última operação é repetida até meados de abril, num total de 4 a 6 despontes por ciclo.
Estes despontes têm como principal efeito a emissão de novo ramos produtivos, escalonando e ampliando o período de safra e a produtividade. Por ser um tecido herbáceo, os despontes são feitos manualmente. O desponte dos ramos também é feito em pomares para figo de mesa. Cada planta, devido ao desponte, pode produzir de 1,5 a 2,5 Kg de figos verdes para a indústria, denominados “figos de ponteiro”.
Cortados os ramos do ano, mais alguma para cortar?
Precisa eliminar os ramos do ano passado que estão secos, assim se evita a entrada da broca e de outras doenças. E uma outra prática importante é a desinfecção de onde aconteceu as feridas, com a pasta bordalesa.
fórmula da pasta bordalesa:
2 kg de cal
10 litros de água
1 kg de sulfato de cobre
Observações sobre a poda
Após a formação, anualmente deve ser realizada a poda de frutificação, quando as plantas estiverem em repouso. Esta operação consiste na retirada dos ramos que já frutificaram. Os ramos são podados drasticamente, deixando-se apenas 5 a 10 cm de forma que possuam duas gemas bem localizadas. Posteriormente, após a brotação, são escolhidos 1 a 2 brotos em boa posição por galho podado, de modo que os ramos cresçam verticalmente, formando um círculo à volta do tronco. Os demais brotos que aparecem são totalmente eliminados. A maioria das espécies de figueira tolera bem a poda drástica, a qual também tem benefícios no controle da broca-da-figueira (Azochis gripusalis) (Esquema 2).
Com o objetivo de acelerar ou retardar a época da colheita, a poda pode ser feita de maio a novembro, respectivamente, conforme as condições climáticas e o desenvolvimento da planta. A planta podada nestes períodos poderá ter sua atividade afetada, porém há vantagens econômicas. Dependendo das condições climáticas e tratos, a colheita tem início cerca de 4 a 5 meses após a poda de frutificação.
Uma variante do sistema de poda de frutificação é o sistema com desponte. Esta prática vem sendo utilizada comumente por produtores de Minas Gerais. Embora faltem algumas informações sobre o efeito destes despontes sobre as qualidade dos frutos e o crescimento da planta, os resultados têm sido promissores. O sistema de desponte consiste em deixar-se 3 ramos básicos após a poda hibernal, sendo emitidos de cada um deles duas brotações, as quais são despontadas quando atingirem oito pares de folhas (Esquema 6.3.3.). Este desponte estimula a brotação das gemas apicais do ramo despontado, de modo que são emitidos, após desbrotas, outros dois ramos. Estes ramos são despontados quando atingiram 3 pares de folhas. Esta última operação é repetida até meados de abril, num total de 4 a 6 despontes por ciclo. Estes despontes têm como principal efeito a emissão de novo ramos produtivos, escalonando e ampliando o período de safra e a produtividade. Por ser um tecido herbáceo, os despontes são feitos manualmente. O desponte dos ramos também é feito em pomares para figo de mesa, geralmente em janeiro e consiste na retirada dos ponteiros dos ramos. Na rebrota, são deixados três brotos que irão produzir figos verdes. Cada planta, devido ao desponte, pode produzir de 1,5 a 2,5 Kg de figos verdes para a indústria, denominados "figos de ponteiro".
A poda de formação da figueira a
partir do desponte da muda de haste única recém plantada, feito a 50
cm do solo, deixando crescer três ramos. Na próxima poda seca, cada
ramo é cortado a 20 cm do ponto de inserção no tronco, logo após
uma gema convenientemente posicionada. Estes ramos cortados
constituem-se nas pernadas. Iniciada a brotação, é feita a desbrota,
deixando-se dois brotos vigorosos e bem posicionados em cada
pernada para formar uma copa aberta, com 6 brotos (Figura 1). Na
poda seguinte, no próximo inverno, cada ramo crescido no último
ciclo vegetativo é cortado a 10 cm de sua inserção. Após a brotação,
são deixados dois brotos por ramo, num total de 12 brotos por planta.
Desta forma, os ramos produtivos são duplicados em relação ao ano
anterior. Os brotos a serem deixados devem ser os localizados na
extremidade do ramo podado, isto é, nos dois últimos nós.
Dependendo da região, condições de solo, clima,
espaçamento e finalidade da produção, as figueiras podem ser
conduzidas com um número máximo de 12 ou 24 ramos, estabilizados
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pela poda do ano seguinte, quando se deixa apenas um broto em cada
ramo podado no inverno. A eliminação dos ramos localizados em
pontos indesejáveis é feita durante o período vegetativo (Medeiros,
1987).
Os efeitos da poda sobre a qualidade e quantidade da
produção e as implicações decorrentes do número final de ramos em
uma planta foram temas de diversas pesquisas, encontrando-se
conclusões contraditórias em diferentes trabalhos
Estudos comprovam que, para a
produção de figos maduros, o melhor número se situa entre 15 e 25 ramos por planta. Para a produção de figos verdes, destinados à
indústria, devem permanecer entre 25 e 35 ramos. Copas com maior
número de ramos provocaram diminuição do tamanho dos frutos,
antecipação da colheita e maiores gastos com pulverizações.
Umidade
A figueira é bastante sensível a falta de umidade no solo, principalmente no período de frutificação, o que está relacionado ao seu sistema radicular superficial. A cultura exige, no período vegetativo, chuvas freqüentes e bem distribuídas, sendo adequadas precipitações em torno de 1200 mm anuais.
O emprego da cobertura morta do solo do pomar permite preservar a umidade do solo, fundamental para o bom desenvolvimento da figueira. Em locais com precipitações irregulares, pequenas estiagens são sentidas pelas plantas, causando a queda das folhas, com prejuízos à produção. Neste caso a cultura deve ser irrigada. Por outro lado, a alta umidade pode predispor as frutas ao ataque de doenças bem como causar fendilhamento das frutas quando elas se encontram no estágio de maturação.
Espaçamento
O espaçamento mais utilizado para a produção de figos de mesa é 2,5 x 2,5 m.
Dicas:
- Evite o uso de adubo com muito nitrogênio.
- Colha a fruta madura prontamente para evitar atrair insetos e outras pragas.
- Cultivar figos contra uma parede virada para o sul vai aproveitar o calor radiante e proteger figos contra um possível congelamento.
- Figos secos podem ser preparados deixando eles ao sol por 4 ou 5 dias ou colocando eles em um desidratador de 10 a 12 horas. Figos secos duram por 6 meses.
- Lembre-se de usar luvas durante a poda ou colheita de figos. A seiva que emana de figueiras pode irritar a pele.
COMO FAZER MUDA DE FIGO passo a passo
O mais importante na criação de mudas é seguir alguns critérios com diligências. Escolher a matriz que se quer reproduzir é um passo importante, pois produzirá mudas fortes e de qualidade. Tanto a poda quanto o plantio, a melhor época é fazer nas Luas fracas: Lua Nova ou Miguante, repare que isto faz diferença. Siga os passos abaixo para fazer a muda de Figo.
- Prepare a terra e o recipiente onde a muda permanecerá temporariamente. A terra deve ser adubada e arenosa. O recipiente pode ser um saquinho plástico próprio para mudas ou um vasinho.
- Corte um galho maduro de aproximadamente 30 centimetros da planta.
- Retire o excesso de folha e ramos. Deixando o galho com apenas 4 a cinco folhas do topo. Tomando cuidado para não quebrar os locais onde se nascerão os brotos se ouver.
- Mergulhe a base do galho na solução do hormônio vegetal por 15 minutos. Isto obrigará a planta a produzir raízes mais rápido.
- Plante no saquinho ou vaso com terra preparada, coloque num local arejado e com bastante luz, mas que não receba os raios direots do Sol.
- Regue regularmente mantendo a terra sempre úmida, porém não enxacarda.
Dicas de COMO FAZER MUDA DE FIGO
A reprodução assexuada é a mais eficiente e o método mais viável para gerar novas plantas. A reprodução por sementes ou caroços é um método arcaico que só deve ser usado em plantas que não permite métodos de reprodução assexuados, tais como enxerto e alporquia. Geralmente em 15 dias as raízes estarão brotando, o hormônio vegetal acelera grandemente o aparecimento das raízes e sucesso na criação de mudas. Conforme a planta os brotinhos com novos ramos poderão surgir antes ou depois das raízes.
O viveiro de Figo, local onde ficará temporariamente a muda, deve ser instalado em área plana, próximo da fonte de água, em local ventilado e de fácil acesso, longe de plantas velhas e doentes, além disso deve-se preferir locais com solos de textura média a arenosa e bem drenados.
Na oportunidade elimina-se as mudas raquíticas, deformadas, estioladas, albinas e de aspecto ruim. Todo o material descartado deve ser queimado.
Importante, porém…: Quando fizer o transplante da muda para o local definitivo, geralmente o vaso ou local do cultivo, plante a muda de Figo consorciada com um musgo. O musgo é uma planta que não compete com a cultura, ela se alimenta exclusivamente de água e ar. Ela não consome os nutrientes da planta e é fundamental para o equilíbrio do ecossistema, ela impede a perda de água do solo, aumenta o oxigênio da planta etc. Leia mais sobre os tipos de musgos e suas características.
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